sábado, 23 de janeiro de 2016

[Lua Cheia] Capítulo 56 - Incubadora

[Lua Cheia] Capítulo 56 – Incubadora

Oi gente! Como foram as festas?
Tive alguns probleminhas, mas aqui estamos, firmes e fortes! :D
Espero sinceramente que gostem do capítulo, embora ele tenha um conteúdo um bocado pesado, acredito que vocês gostarão ^^
Boa leitura!

Havia algo de estranho no ar, ele a olhou penalizado pelo que tinha feito, embora Leah mantivesse a altivez declarada em seu rosto, ele a havia machucado. Jamais se perdoaria por isso, era um filho da puta dos grandes e tinha medo de pensar que tipo de barbaridade havia feito à mulher que amava.
Leah sorriu-lhe novamente. Ela o tocou no rosto e Grady resistiu ao impulso de se afastar e gritar outras mil perguntas. Ninguém entrou no quarto, mas ele sabia que todos haviam ouvido sua pequena explosão. A televisão estava destruída num canto do quarto.
─ Querido, tudo bem. – Leah começou a dizer, deixando o sorriso escorregar de seu rosto bonito.
─ Como pode estar? Eu a estuprei e isso não é “tudo bem”. É doentio e vil. Vou pedir ao meu pai o castigo por isso, eu jamais poderei olhar você novamente. – Grady fungou. – Quero morrer por isso.
Leah segurou o rosto dele o fitando seriamente. Ele se assustou com a certeza que ela tinha naquele olhar.
─ Você não me estuprou, Grady. Eu poderia ter saído, mas deixar você sofrendo com aquela dor insana era pior do que o meu bem-estar. Você não percebeu? Eu te amo, grande idiota e não, não me arrependo, nem por um segundo, do que fiz. Você é parte do motivo pelo qual eu encontrei uma vida além de Sam, entende isso? Sou feliz com você.
─ Eu fiz…
─ Não foi realmente difícil. – Leah foi sincera. – Pelo menos desta vez era com alguém que eu realmente gosto e não alguém por quem sinto nojo.
─ Do que está falando, amor?
─ Você não percebeu? – Leah perguntou-lhe com um sorriso frio. – Foi o que fiz pelas nexos que são parte do seu bando agora, Grady. – Leah pigarreou, controlando a voz rouca pela emoção. – E foi horrível, mas não vi porque não fazer o mesmo pelo homem que amo.
─ O que…vou matá-los! – Grady urrou de ódio e Leah o segurou pelos braços.
─ Eu o matei, lembra? – Ele parou de tentar se afastar e a olhou longamente, ainda sentindo muito pelos machucados. – Foi um sacrifício, querido. Pessoas fazem isso quando se importam, não é verdade?
─ Eu morreria para ouvir que você me ama, mas agora…
─ Vamos sobreviver a isso, ok? Eu te protejo, você me protege.
─ Eu não sei, Leah, eu sou um babaca dos grandes.
─ Sim, você é, mas isso não pode significar que é uma coisa boa no fim das contas? Ou você não me ama mais?
─ Eu amo você, é só que…
─ Grady, vamos superar. – Leah o interrompeu firmemente. – E quando isso acontecer, vai ser só uma lembrança ruim que tivemos, ok?
─ Eu me sinto tão mal por isso.
─ Não sinta. Foi minha escolha e desde que você não tente isso novamente, ficaremos bem.
─ Dói muito?
─ É apenas um incomodo. – Leah deu de ombros. – Em alguns dias vou estar totalmente recuperada.
Grady ajoelhou-se e Leah ficou olhando ele fazer isso. Seus olhos ainda estavam avermelhados por causa das lágrimas e pareciam tão pesarosos, sua voz demonstrava isso e partiu o coração dela ao meio, mas teve que fazê-lo.
Conhecia as conseqüências, Grady poderia enlouquecer, poderia jamais ser o mesmo novamente, poderia não suportar e morrer ou simplesmente tornar-se muito violento e teria que ser contido, talvez até morto. Pareceu-lhe muito egoísta não fazer nada quando o homem que amava estava sofrendo tanto, com o destino nas mãos da parte mais importante e poderosa do bando, seu próprio pai.
─ Quão sortudo sou eu por tê-la?
─ O mais sortudo. – Leah lhe sorriu ao dizer. – Olhe, sei que está arrependido. Soube disso no instante em que decidi, sabia que você ficaria e que isso ia te quebrar, mas do mesmo jeito, querido, me mataria vê-los te causar qualquer dano porque a sua humanidade foi enclausurada. Estamos bem e vamos continuar assim, é como as coisas são.
─ Eu prometo que vou me tornar alguém mais forte, que nunca mais terá de passar por algo assim. – Grady disse-lhe com um olhar de partir o coração. – Eu te amo.
─ Eu também te amo. – Leah surpreendeu-se por dizer-lhe isso assim. Parecia que por um longo tempo quis dizer, mas as palavras simplesmente não chegavam em seu destino.
─ Você o faz? – Grady parecia surpreso.
─ Eu faço. Acho que te amei desde o primeiro momento em que te conheci e que droga, isso foi brega!
─ Foi lindo. Você é linda. – Grady disse encostando a cabeça na barriga lisa de Leah e finalmente tomou coragem para perguntar: ─ Eles… a estupraram? Foi o que você disse? – Ele disse em um rosnado.
─ Bem… ─ Tencionou mentir, mas não faria isso agora. Havia tomado sua decisão. – Sim.
Ela engoliu a raiva que se acumulou em sua garganta. Queria rosnar, mas sentiu que isso só o faria sentir-se mais enfurecido do que ele já estava. Explicou:
─ Eles queriam incubadoras para carregar pequenos que fossem mais fortes do que filhos de alphas normais. Meu pai teve a brilhante idéia e tentou concretizá-la. Foi a primeira vez que fiquei feliz por ser infértil. Jamais carregaria o filho daquele maldito.
─ Acho que o nosso médico deveria dar uma olhada em você. – Grady finalmente disse, se erguendo.
─ Você não me machucou de verdade, Grady. – Leah disse negando. O homem muito mais alto a pegou no colo e depositou na cama, delicadamente.
─ Não é certeza de que você não pode engravidar, além disso, quero ter certeza de que você está bem.
─ Eu estou! – Leah foi teimosa e o olhou com raiva. – Não preciso de um médico!
─ Ele irá vê-la, nem que eu tenha que te amarrar nessa cama! – Grady rosnou nervosamente. – Eu me preocupo com você, deixe-me pelo menos cuidar do estrago que fiz!
─ Mas precisa chamar a droga de um médico? – Ela retrucou em um rosnado irritado.
─ Faço questão! – Grady disse categoricamente. – Vou buscar algo para você comer e em seguida o médico irá examiná-la!
─ Como assim “em seguida”? – Questionou pegando suas palavras no ar.
─ Ele está esperando lá em baixo.
─ Droga!
─ Só deixe que ele dê uma olhada em você!
─ Ele não vai me dar nenhuma injeção, vai?
─ Acho que não, porquê?
─ Odeio injeções. – Ela reclamou encolhendo os braços. Ele sorriu, achando adorável o fato dela lutar com vampiros, matar lobisomens, mas ter medo de injeções.
─ Você mata criaturas extremamente perigosas e tem medo de injeções?
─ Elas são piores do que matar vampiros e lobisomens, acredite. – Leah respondeu-lhe num traço fino de voz.
─ Vou buscar seu café-da-manhã. Não saia daí! – Grady ousou rir e saiu do quarto.
Assim que Grady deixou o quarto, a expressão de pesar dominou suas feições, estava tentando aceitar seus atos recentes por Leah, porque ela havia sido corajosa e se doado a ele, mas por dentro, em seu íntimo, sentia-se destruído. Era como se um trator houvesse passado por cima dele e deixado-o jogado, cheio de feridas, no chão frio e cheio de pedras, onde cada pedra gritava-lhe cem mil vezes que ele era fraco e culpado por causar mais dor e tormento à única que ele quis proteger, um instinto ainda maior do que o de proteger o bando e seus irmãos.
Encostou-se à parede momentaneamente, sentiu uma mão em seu ombro e olhou, sabendo que era Von. Ele estava sério ao olhá-lo, deu um pequeno aceno de cabeça e por fim abriu a boca, falou em sussurros:
─ Ela é uma mulher forte, irmão. E te ama, disse isso ao nosso pai e se ela o fez, só pode ser verdade. Nenhuma mulher iria tão longe por uma mentira. Não fique tão mal porque não podia se controlar, fique mal porque a minha mãe ferrou contigo. Sinto muito pelo que ela fez, realmente sinto muito. Nós devíamos ter previsto isso.
─ Douglas disse algo?
─ Apenas que ela não chegou aos domínios dele.
─ O que houve aquele dia?
─ Leah e você vieram para dentro, pouco tempo depois Yon disse ter ouvido um barulho. Pensamos que eram vocês dois, mas aí a Jessica disse que sentia que estavam com problemas. Corremos para dentro e Leah estava lutando com nossa mãe. Ela não conseguiu se transformar completamente, mas suas garras despontaram com poucos pelos nos braços e pernas. Papai salvou Leah de ter o pescoço estraçalhado por nossa mãe e Leah salvou você de ter sua sanidade roubada, irmão. Eu não diria isso antes, mas agora… confio que deve se acasalar com ela, de verdade.
─ Huh, você acha que ela é boa agora, é? – Grady brincou e começou a andar pelo corredor que dava na escada. – Não vai ter uma chance com ela.
─ Eu não preciso de uma. Jacob a tem em grande estima. – Von deixou Grady saber. – Ele disse para termos cuidado, porque ela é completamente doida. Palavras dele.
─ Tenho certeza de que estava certo. Ela deveria ter chamado vocês ao invés de competir com Eve.
─ Ela estava protegendo a sua bunda. – Von riu em seguida. – Quando imaginou que isso aconteceria?
─ Eu a machuquei. – Grady disse sério. – Sou o tipo de bastardo que matamos, Von.
─ Você não era você mesmo, irmão. Minha mãe será castigada por isso, Douglas disse que tem as pessoas certas para isso e vamos garantir que ele a tenha agora.
─ Como assim?
─ Papai está irado com o fato dela ter entrado aqui. – Anton respondeu-lhe descendo as escadas com eles. – Ele está com medo por Sue também. Ela é completamente humana, diferente de nós.
─ Ele vai matá-la?
─ Não, pior do que isso. – Anton voltou a responder olhando para a frente. – Entregou-a para os Lorne em troca da matança do outro dia.
─ Espera, o quê? – Von perguntou. – Eu não sabia disso, Douglas…
─ Assinou o acordo. Mamãe é oficialmente uma errante agora. Douglas não a quer, papai não a quer e nenhum bando quis assumir a responsabilidade ou matá-la. Fora essas opções, só havia uma: torná-la uma incubadora.
─ Isso é horrível. – Grady disse com asco. – Não podemos falar com Douglas e pedir que ela fique lá? É mãe de vocês, caras.
─ Sabemos disso. – Anton respondeu e suspirou. – Nem Braden está com ela, irmão. Eu não votei, mas disse que a queria longe da minha mulher. Papai estava de acordo desde que as coisas chegaram tão longe, precisávamos tomar uma atitude drástica ou… você sabe, as coisas iam acabar ficando feias de verdade.
[…]
Leah mexeu-se na cama, incomodada. Podia ouvir os sussurros, apesar de não conseguir entendê-los. Ouviu as duas vozes se afastando e suspirou alto, queria que tudo fosse diferente, mas não era.
Somos um casal. Leah pensou racionalmente. Vamos superar isso. Dói, mas isso é culpa minha. Vou me curar em alguns minutos, só preciso comer e de um banho. Ela montou o plano em sua mente e olhou para a televisão destruída no canto do quarto. Que bom que foi a TV e não eu.
Ouviu a porta ranger de leve e olhou, sua mãe estava entrando no quarto com a bandeja de comida. Sue depositou no colo da filha o objeto e sentou-se na pontinha da cama, olhando-a seriamente.
─ Hey, mãe. – Leah a cumprimentou observando o que tinha na bandeja. Tinha sopa, pão e suco, além de uma porção de frutas cortadas. – Você ta com fome?
─ Tudo seu. – Sue deixou-a saber e praguejou baixinho. Leah começou a comer, esperando que sua mãe falasse. – Filha… o que houve aqui?
─ Hum. – Leah gemeu quando a comida entrou em contato com sua língua. – Que delícia, mãe. Bem… houve o que há entre um casal.
─ Depois do sexo, não é comum se quebrar uma televisão. – Sue ponteou. – Agradeça à cozinheira da casa depois, ela que fez.
─ Eu vou. – Leah sorriu pequeno e suspirou. – Grady ficou lívido.
─ Ele pediu ao Elroy para o levar abaixo. – Sue deixou-a saber. – Faz alguns minutos, brigou com os irmãos e estava se limpando quando eu subi com sua comida.
─ Caramba! Ele…? – Deixou a pergunta morrer em sua garganta, sua mãe assentiu afirmativamente.
─ Está bem. Quero saber de você, querida. Como está?
─ Só dolorida, manco um pouco, mas vou estar bem em algumas horas. Você sabe disso.
─ O que te fizeram quando foi sequestrada, Leah?
─ Como sabe que fui seqüestrada? – Perguntou ao invés de responder sua mãe. Sue a encarou com um semblante irritadiço e a mais jovem trancou os lábios, impedindo as palavras de saírem.
─ Responda a minha pergunta que eu respondo a sua. – Sue piscou num falso tom brincalhão, tentando relaxar a filha.
─ Aconteceu o que tinha que acontecer. Minha vez.
─ O que tinha que acontecer? – Sue questionou rapidamente, sentindo uma sensação ruim no peito. O que sua filha tinha suportado?
O que fizeram com meu bebê? Pensou a mais velha preocupada, com uma sensação mórbida no peito. Em contrapartida, a mais jovem estava decidida. Ela não precisa saber disso, vai querer os detalhes. Definitivamente não.
─ Mãe, minha vez. – Respondeu ao invés e piscou. – Como descobriu isso?
─ Seu tio. Sabe como Omar é, ele começou a falar e soltou tudo.
─ Fofoqueiro. – Leah respondeu com uma carranca brincalhona. Grady entrou no quarto e elas pararam de falar.
─ Você não me respondeu. – Sue disse baixinho. O rapaz pegou uma muda de roupa e saiu sem dizer nada a nenhuma das duas.
─ Ele está muito bravo, não é? – Leah perguntou baixo, em contrapartida sua mãe acariciou-lhe o braço. Ela deu uma colherada na sopa e molhou o pão, comendo em seguida.
─ Ele vai superar. O que houve lá, querida?
─ Você sabe, mãe. – Respondeu-lhe depois de engolir mais um pedaço de pão molhado de sopa. – Aconteceu o que acontece quando bandos sequestram garotas alheias.
─ Deus, Leah! Isso… precisa de um terapeuta?
─ Pareço louca? – Leah questionou sua mãe com irritação. – Não, eu não preciso, mãe. Sacrifiquei-me pelas nexos, era o meu dever como mais forte. E assassinei o maldito quando tive a chance, caso queira saber. – Ela disse bebericando do suco e finalizando a sopa.
Sua mãe parecia chocada demais para falar qualquer coisa, então começou a comer das frutas e quando acabou a olhou atentamente. Sue estava completamente quieta e não era de seu feitio.
─ Mãe. – Chamou a atenção dela e tocou em seu braço de leve. – Estou bem, ok? Estou mais preocupada com Grady e se aquela doida vai ficar longe de nós.
─ Elroy está resolvendo isso. – Sue disse baixinho. – Tem certeza, amor?
─ Absoluta. Agora pode me fazer o favor de chamar o idiota do meu namorado? – Ela sorriu para amenizar as palavras.
─ Claro, querida. – Sue disse se levantando e pegando a bandeja do colo da filha. – Qualquer coisa…
─ Obrigada. – Leah a cortou e colocou as mãos no colo. Quando sua mãe saiu, ela sabia que tinha que por o plano em prática ou Grady ia acabar se afastando ainda mais e essa não era sua intenção quando tentou salvá-lo, só queria poupá-lo da dor. O amava, mas ele parecia ter algum problema de vista, porque não via a verdade estampada com letras garrafais e de neon bem na frente deles.
Continua!
Ei, amoras! Como estão? Eu sei, capítulo tenso :O
Mas espero que tenham gostado! Vamos ver como vai ser de agora em diante né?
Comentem o que acharam, seus comentários me fazem saber se estão gostando ou não e se não há dúvidas, é muito importante.
Um grande beijo, fui!


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